domingo, 27 de junho de 2010

A Beleza do CONAD 2010 - Quando a Forma Excede a Função

A ABD 
( Associação Brasileira de Designers de Interiores ) 
promoveu em São Paulo,
nos dias 16, 17 e 18 de Junho,
o Congresso Nacional de Designers de Interiores
(CONAD) 2010, cujo tema foi:
Design é Emoção.

Vou dividir com vocês,
nesta e nas próximas postagens,
um pouco do que vi, vivi e principalmente
das minhas próprias emoções .

O tema da primeira palestra, 
da psicanalista  Andréa Naccache, foi
"O design da emoção: quando a forma excede a função."

Andréa propõe um mergulho interior,
em que a busca do auto-conhecimento,
a passagem do não-conhecimento ao conhecimento,
da cegueira à visão,
seja uma passagem para o outro lado.
E a vertigem que esta passagem provoca,
é a emoção.

Para ilustrar esta idéia, Andréa conta a história
de Phillipe Petit, o equilibrista
que em 07 de Agosto de 1974,
clandestinamente se equilibrou por 45 minutos
em uma corda esticada entre as duas
torres do World Trade Center,
em Nova Iorque, até então
os mais altos prédios do mundo.


Depois que Petit desceu das Torres,
e foi imediatamente deitido pelas autoridades,
ele foi questionado inúmeras vezes:
Porque?
Porque você fez isso?



E no documentário, Man on Wire,
podemos ver o espanto deste homem
diante das pessoas que não entendem
que ele realizou uma coisa linda,
uma experiência fantastica, 
e elas só querem saber...
o porque.

Ele responde:
Não existe um porque.
There's no why.


A emoção , portanto,
está na experiência que transforma,
 a emoção está na forma (id)
e não na função (ego).


Andréa nos contou também
sobre os peixinhos de Frank Gehry,




Arquiteto mundialmente famoso
pelo projeto do Museu Guggenheim de Bilbao,
entre outros tantos prédios incríveis,
e que tem uma obssessão por peixes.




"Eu nunca tive a intenção de construir peixes,
mas eles tem vida própria. "
Frank Ghery




No documentário "Esboços de Frank Ghery"
de Sydney Pollack,
entendemos que no processo criativo,
no mergulho, no limiar da linguagem e do
pensamento existentes, 
o acordo dos outros não importa. 





Porque no íntimo de cada pessoa há sempre
uma forma poética louca, mas que produz sentido.
Nas mãos e no olhar, há sempre caminhos
surpreendentes, singulares, contingentes.
E repentinos.


A surpresa é emoção.


Agradecimentos:
ABD
Andréa Naccache

Créditos das Imagens:
Angel Inowe
E.T, telefone, minha casa


4 comentários:

Ivo e Fátima disse...

Aninha

Para mim, ele atravessou porque o vão estava lá e ninguém antes o havia feito... Se já teivessem feito, ele não iria de novo.

Quanto aos peixes de Frank Gehry, a única obra dele que conheço ao vivo é o Pritzker Pavillion em Chicago, e é mais do que sensacional!

Continue nos brindando com essas reflexões.

Beijos (no Gafa, abraços)

Ivo

Luiz Borges disse...

Assistindo ao documentário sobre o Phillipe Petit, observei que ele não precisa de uma razão para fazer as coisas que faz. Simplesmente ele vê um local, acha interessante atravessar e imediatamente passa a planejar. É totalmente desprovido de medo, o que indica uma leve tendência a loucura. E como de artista e de louco todos temos um pouco, ele está a nossa frente, pois tem dos dois de sobra.
Beijão do teu Filósofo de Super Pijama

Ana Balbinot disse...

Ivinho,
Fala sério, o cara foi sensacional! E o Frank Ghery também é. Sem discussão. Estou preprando outra postagem bem legal sobre os temas discutidos no CONAD. Tomara que eu consiga postar hoje!
Beijão nos dois.

Filósofo,
Demorou pra comentar, heim? Mas valeu a demora! Agora, se não me engano, o moço já morreu...temos que investigar isso. E parece que foi uma queda. Vou investigar e depois te conto!
Beijão

Ana Balbinot disse...

Linda composição, Ana.
Bjs!!
Andrea Nacache, via e-mail